A maioria das pessoas tem resistência a mudanças. Ao contrário, sempre as encarei como oportunidades de aprimoramento e melhorias. No momento, julgo que todos estamos ansiosos por novos rumos para o País. Depois de 13 anos vendo alguns acertos e grandes desacertos, vi com satisfação a mudança de governo, mesmo que interinamente. Sempre fico otimista na suposição de que vêm novos procedimentos e projetos consistentes. Espero análise global dos problemas (entendendo problema como maus resultados da atividade-fim), priorização de tais problemas e estudo aprofundado das medidas para saná-los. Não espero uma administração ao sabor das emoções(leia-se atendimento das demandas do varejo), que se curve ao toma lá dá cá. Com isto em mente, um de nossos dirigentes solicitou uma audiência a um ministro para falar sobre itens importantes referentes a gestão, que tinham a ver com a área da pasta envolvida. Visávamos a apresentar nossa experiência de 20 anos no assunto, resultados importantes obtidos e como a nossa abordagem poderia ajudar o País.

Fiquei curioso para saber o resultado do encontro. Mandei uma mensagem: Sucesso? Aguardo boas novas. Recebo como resposta. Lastimável! Sem qualquer perspectiva. O povo brasileiro está absolutamente ferrado com nossa classe política. Eles não têm a menor ideia do que estão fazendo aqui. Estão voltados só para alimentar o sistema político deles. É o varejo, buscando o atendimento de demandas dos apoiadores. Mais do mesmo. A velha política sem projetos, em que os cargos são loteados com o objetivo de que determinado grupo detenha o poder. Tudo bem que é um governo interino. Mesmo neste período, esperava severo corte de gastos, redução da máquina do Estado. As medidas ainda são pífias. Além disso, tomam decisões e depois voltam atrás, o que demonstra fraqueza e incertezas no que estão tentando fazer. P.ex., já falam em recriar 2 ministérios. Pode ser que sejam ainda concessões para manter os votos dos aliados. Na área econômica, o mercado já está ficando meio desconfiado. Precisamos de segurança para que a credibilidade seja restaurada, condição indispensável para recebermos os investimentos externos tão necessários à nossa recuperação.  Mantendo o otimismo, espero que, depois do impedimento da presidente, o governo tome para valer as rédeas do País e implemente as medidas necessárias, as quais já sabemos de cor.

 

O desconhecimento dos conceitos de gestão estão presentes amplamente. Tive oportunidade de visitar municípios de MG próximos à nossa fazenda, no momento em que candidatos se mobilizavam para concorrer a prefeituras. Li alguns programas de governo. Uma lástima, parecem árvores de Natal. Penduram tudo sem a menor ideia do que é possível fazer, principalmente em termos orçamentários. Dependentes do FPM, bastante limitado, para que colocar no papel itens que não serão feitos? O pior é que não fazem um diagnóstico dos problemas, mesmo que precário. Detive-me no exame do que propunham na área de educação. Relacionam itens como: fazer convênios para aquisição de veículos escolares, mobiliário para as escolas, conforme necessidades (há necessidades?); capacitar docentes para a melhoria da qualidade do ensino ( pergunto: em quais matérias?). Incidentalmente, em um município que eu analisava, o resultado alcançado no IDEB/2013   foi superior à meta proposta ao munícipio e também à meta do País. Ou seja, os docentes são capazes e estão cumprindo a missão além do esperado. Capacitar docentes é sempre importante, mas deve ser para um fim específico. Há também candidatos em vários níveis que prometem dialogar com a população para descobrir o que deve ser feito. Passam o mandato nessa enrolação e nada realizam. Felizmente, 6 candidatos( é muito pouco!) procuraram o Instituto Aquila para aprender conceitos de gestão e fizeram o Curso Gestão para Melhoria de Resultados. Tenho a certeza de que estes saberão fazer um diagnóstico, identificar problemas( resultados indesejáveis e/ou itens prioritários para o população não atendidos), priorizá-los em função do orçamento, construir planos de ação e gerenciá-los adequadamente para atingir os resultados planejados. Se forem eleitos, vamos nos certificar se conseguiram de fato aplicar os conceitos.

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO No. 181