Fala-se menos de crise. A indústria começa a mostrar crescimento, o consumo das famílias a aumentar, a arrecadação de tributos a subir. As vagas estão aparecendo, diminuindo lentamente o desemprego. São sinais de saída da recessão e de recuperação da economia, mostrando um pequeno PIB positivo. A taxa de juros é a menor dos últimos 30 anos, desta vez para ficar, diferentemente da redução promovida artificialmente pelo governo anterior e que acarretou a elevação da inflação. Este patamar da taxa de juros pode ser o motor para a retomada de um crescimento vigoroso e duradouro, de maneira que 2018 promete ser virtuoso, dependendo de um mínimo de confiança de empresários e investidores.

 

O Brasil é um país surpreendente. Apesar de um poder executivo claudicante e infestado de personagens corruptas, de ter um legislativo considerado como o pior da história e com muitos integrantes denunciados, de um judiciário confuso e que mostra divergências gritantes nas decisões, o País caminha. A trancos e barrancos a reforma trabalhista saiu e vai ser extremamente importante para aumentar a empregabilidade. A reforma da Previdência deverá ser aprovada. Será fundamental para o equilíbrio das contas públicas, uma vez que a dívida já está rondando os 100% do PIB.O presidente Temer acaba sendo um bom gestor, embora pague elevado preço pelo apoio às reformas.

 

Tenho grandes esperanças para 2018. O Brasil começaria a deslanchar para valer se elegermos um presidente razoável, com um passado ilibado, e um congresso sem as figuras carimbadas (principalmente as sabidamente corruptas).  Julgo que a corrupção será combatida permanentemente, pois penso que agora já se entendeu que a impunidade não é mais soberana como antes. Um governo mais firme e previsível poderá garantir que regras sejam cumpridas, a fim de que investimentos internos e externos sejam encorajados. Não tem cabimento, p. ex., o que aconteceu com o Aeroporto de Confins. Depois de a Concessionária realizar investimentos para ampliação e modernização do aeroporto, seria impensável permitir que o Aeroporto da Pampulha voltasse a operar voos com aviões de grande porte, em que pese os benefícios aos passageiros. Todavia, a condição sine qua non para manter grande expectativa para 2018 é não haver a possibilidade de que Lula retorne ao governo.

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 205