img-especial-vbComo sempre dizia meu saudoso pai, tudo é dom de Deus, é preciso dizer muito obrigado. Revisitando a nossa trajetória pioneira de introdução e difusão bem-sucedida da gestão no Brasil, é imperioso reconhecer a graça sobrenatural concedida. Somos humanos e limitados; se não formos inspirados pelo espírito, desanimamos e soçobramos frente às dificuldades. E foram muitas: institucionais (a universidade não é propriamente um ambiente amigável para quem quer interagir com o setor produtivo), a comunicação principalmente com parceiros estrangeiros (no início só pelo correio e telex!), uma economia fechada e sem moeda forte para contratar especialistas japoneses, entre outras.

Na metalurgia da UFMG, realizamos a proeza de produzir centenas de teses de mestrado e doutorado para empresas, com trabalhos experimentais dentro das próprias usinas. Pelos trabalhos realizados houve remuneração, uma prática pioneira e muito criticada. Constatou-se que, para potencializar as conclusões das teses em resultados práticos, era necessário fazer a gestão dos processos, controlar as variáveis. Houve o despertamento para a gestão integral, das matérias-primas aos produtos finais. Naquela época, as medições eram rudimentares (composição, temperatura, pressão, entre outras) e “quem não mede não gerencia”. Como registrado em várias publicações e livros-textos, a nossa área de gestão se agigantou. Por meio da Fundação Christiano Ottoni (FCO/EEUFMG, durante 13 anos, captamos os conhecimentos, os adaptamos à nossa realidade e os difundimos em larga escala. Treinamos milhares de executivos, prestamos assistência a centenas de empresas. Os resultados foram extraordinários. A FCO, uma pequena fundação de uma escola de engenharia, transformou-se num fenômeno nacional, trabalhando em o todo o país e também mantendo acordos com importantes organizações internacionais, como a União Japonesa de Engenheiros e Cientistas (JUSE), que nos assistiu durante esses anos, e o BSI-British Standards Institution.

Terminada a passagem pela UFMG, instituímos a Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG). Teve um crescimento fantástico. Durante seis anos, conduzimos o programa para empresas e organizações governamentais (hoje a FDG se dedica à gestão na área educacional). Com o advento do Novo Código Civil Brasileiro, a FDG transformou-se em instituição assistencial, em 2003. Tivemos, então, que fundar o Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG). Teve um crescimento espantoso, dando uma contribuição inestimável à gestão no país. Muitos grupos empresariais se beneficiaram e hoje são multinacionais brasileiras. Em 2011, atingimos o total de 1.300 colaboradores, em uma organização de grande credibilidade e carisma, um caso único na história.

Quando se pensava em termos a obra e o legado entregues, toda a coragem e a ousadia de um grupo de aproximadamente 100 profissionais foram necessárias para fundar um novo projeto empresarial de gestão, que tivesse como base a renovação do pensamento sobre gestão, ancorado na valorização absoluta do ser humano como agente de transformação das organizações e da sociedade.

Nasce o Aquila, formado por um grupo de consultores da melhor qualidade, muitos com grande experiência na condução de trabalhos no exterior. Nos anos iniciais, mantive-me fora deste empreendimento para o cumprimento de uma longa quarentena. Com competência, zelo, dedicação e espírito de servir aos que recorrem ao Aquila, o instituto prosperou magnificamente. Hoje, é uma organização de ponta com plenas condições de ajudar o país numa retomada tão necessária. Era de se esperar que isto acontecesse: quando há honestidade, trabalho duro, espírito de equipe, respeito ao ser humano, não tem erro, alcançam-se as metas. Sucesso garantido! Não se pode ter soberba, temos que cultivar a humildade. Como disse, desde o início até este estágio, os percalços, as incompreensões, as dificuldades foram inúmeras, mas pessoas de fé têm a proteção do céu nas suas empreitadas. A obra, felizmente, segue vigorosa, cumprindo firmemente o seu papel transformador na sociedade. Já são sete anos de existência, com muita luta e colheita abundante. Continuaremos nesta caminhada, com todo entusiasmo e dedicação, com respeito ao próximo acima de tudo. Sou partidário do lema de são Bento: Ora et labora! A vida inspirada na cruz, na Bíblia e no arado (simbolizando o trabalho incansável). Jesus nos instrui em várias passagens nos evangelhos: “não tenham medo”. E assim prosseguiremos.

Publicado na revista Viver Brasil – Especial 7 Anos Aquila