Autor: José Martins de Godoy

O BRASIL SONHADO

O Brasil que sonhei está acontecendo. Analisemos alguns fatos e dados: 1) marcos do saneamento e de ferrovias; 2) privatizações e concessões estão em curso. Elevada porcentagem de aeroportos e portos já está em mãos da inciativa privada; 3) significativo apoio ao agronegócio, que está alimentando meio mundo e trazendo divisas ao país; 4) com outros itens exportados, a balança comercial está batendo recordes; 5) as estatais que sempre operavam no vermelho são agora lucrativas, sinal de que o empreguismo e a corrupção cessaram; 6) em vez de destinar recursos para infraestrutura de outros países, muito está sendo feito para o nosso povo, principalmente em rodovias e término de obras inacabadas; 7) investimentos estrangeiros estão batendo recordes; 8) O desemprego já caiu de 14% para 9,2%, a economia bombando, com o PIB crescente, podendo chegar a 3% este ano; 9) a inflação em queda. Tudo foi conseguido no período da pandemia, que poderia ter sido mais bem administrada se houvesse concordância de todos de como agir. Opositores apostaram no caos econômico como uma grande oportunidade para assumir o poder. Além disso, ressalte-se que o governo foi boicotado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em quase todas as suas iniciativas, no início da gestão. Medidas do governo, como o cancelamento de verba publicitária oficial e subsídios da Lei Rouanet, lhe trouxeram desmedida retaliação. Redes de televisão e jornais tornaram-se opositores...

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ESG E SUSTENTABILIDADE

Apesar da grande expectativa desde o lançamento em 2004, as três letras ESG não têm mostrado grande eficácia na evolução da sustentabilidade. A capa da The Economist , de julho/22, espelha: ESG, as três letras que não salvarão o mundo. Nesta edição Henry Tricks argumenta que a abordagem ambiental, social e de governança ao investimento está falha. Precisa ser simplificada e despojada de boas intenções. Julga que precisa também de austeridade e seriedade, a ponto de 50 policiais, investigadores e reguladores alemães invadirem os escritórios do DWS, fundo de investimento alemão, e do Deutsche Bank ,em Frankfurt. A investigação visava apurar até que ponto o fundo poderia ter deturpado o uso de critérios ambientais, sociais e de governança em seu portfólio de investimentos, facilitando a maquiagem verde (greenwhasing). A The Economist errou, ainda que tenha razão; o tom inflamatório de reportagem, com incorreções, apunhalou o mercado global ESG, segundo o professor Rodrigo Tavares, em artigo na Folha de São Paulo. Segundo a Agência Reuters, três quartos dos fundos soberanos do mundo têm agora uma política formal sobre investimentos ESG, mas apenas 30% estabeleceram uma meta para reduzir as emissões de carbono em seus investimentos. O estudo pesquisou 81 fundos soberanos e 58 bancos centrais com ativos combinados de cerca de US 23 trilhões. Quanto ao social, no Brasil, constata-se que não existe real preocupação com um assunto de suma...

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O BRASIL NA ERA DO TALENTISMO

Em recente entrevista, o presidente do Banco dos Brics, Marcos Troyjo, fez uma análise abrangente sobre a nova geoeconomia. Um dos pontos relevantes foi a reordenação econômica do mundo, a partir do que ele caracteriza como “talentismo”. Segundo ele, a setorização econômica que compreendia os EUA como o grande mercado, seguido da União Europeia, a China como a fábrica do mundo e o Brasil como a fazenda, está em franca mutação. O fator-chave seria a consolidação da era do “talentismo”, em substituição ao capitalismo puro e simples. E os novos agentes dessa era seriam um conjunto de países asiáticos, não mais somente a China e o Japão. Isso porque fortaleceram e muito a formação de talentos nas últimas décadas. O Japão foi pioneiro nessa revolução. A China, ao contrário do que muitos pensam, já não mais se baseia em baixo custo humano para produzir, mas em níveis elevados de produtividade e crescente complexidade de sua produção. Outros países asiáticos vêm evoluindo a passos largos em termos econômicos, baseados na formação de capital humano. O que isso significa para o Brasil? O nosso comércio exterior tende a melhorar com a ascensão desses países asiáticos, já que temos atualmente a política de fazer negócios multilateralmente. E, a julgar pelo histórico, nações que prosperam da baixa renda buscam primeiro a satisfação da demanda alimentar. O Brasil, que já alimenta pelo menos um...

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META IMPOSSÍVEL NA EDUCAÇÃO (II)

Afirmei anteriormente que seria impossível o Brasil voltar à 30ª posição no teste do Pisa em 2030. A educação é a bola da vez, no discurso, mas não vejo a sua priorização, haja vista a amostragem de que dispomos. Por falta de conhecimento gerencial, a maioria dos prefeitos e secretários (as) está perdida em atividades meios, na vã esperança de obter melhoria dos resultados. Vários municípios, ao serem procurados, informam que estão conduzindo muitos projetos e não têm condição de conduzir mais um, na perspectiva de que seria mais trabalho. Pelo contrário, um projeto de gestão possibilita harmonizar todos os esforços para o atingimento das metas, podendo os “tais” projetos serem incluídos no plano de ação e serem conduzidos num contexto otimizado. É preciso que os dirigentes entendam que um projeto de gestão define com precisão os fatores que devem ser realmente trabalhados para obtenção dos resultados projetados. Para superar tais dificuldades, seria necessário um direcionamento superior que ostentasse credibilidade, top down, em nível de país, para uma abordagem correta na condução das atividades. Reclama-se que há falta de recursos. Pelo menos em Minas, nunca os municípios foram tão aquinhoados. Há também grandes grupos empresariais que aplicam vultosos recursos em palestras, encontros, seminários, na discussão do “quê”, com ausência do “como”. Investem também em muitos projetos, normalmente em apoio a atividades-meio. Ficam satisfeitos com a divulgação de tais realizações,...

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META IMPOSSÍVEL NA EDUCAÇÃO(I)

Uma consultoria internacional, apoiada por especialistas e empresários, estabeleceu metas para o Brasil/2030. Na educação, o desafio é retornar aos indicadores de 2000, no teste do Pisa, ocupando a 30ªposição; hoje, os indicadores leitura, matemática e ciências estão na incrível faixa de 60-70º. A meta é dificíl de ser atingida pela não priorização da educação no país. Não será por meio de iniciativas como as da FDG, de procurar governadores e prefeitos para convencê-los de que a educação é a alavanca para o desenvolvimento social e econômico do país. Nem todos têm o descortino do governador de Minas e prefeitos como os de Nova Lima, de Congonhas e dos municípios apoiados pela AngloAmerican. Temos contatado muitos prefeitos e lhes falta sensibilidade para o assunto. Quando muito, estão preocupados em reformas de instalações físicas, entre outras, pois já foi provado que isso não produz melhoria do desempenho dos alunos. Sem aplicação de gestão, o ensino-aprendizagem é fracasso na certa. Há também no país a cultura do diagnóstico. Conheço um exemplo de uma capital que pagou caro por demorado diagnóstico da área educacional a uma empresa de consultoria. É algo que conseguimos fazer em dois dias, consultando os dados existentes. Gasta-se muito tempo nesses estudos e a energia e recursos para o ataque aos reais e óbvios problemas já foram consumidos. Por que não partir logo para ação? O óbvio deve...

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