O Prof. Antônio Eduardo Crack Peres, conhecido por todos por Toninho Peres, é uma pessoa extraordinária. Inteligência privilegiada, dedicado, zeloso, de convivência fácil com todos os colegas, alunos, pessoas da administração e amigos. No último dia 3/5, foi-lhe outorgado o TÍTULO DE PROFESSOR EMÉRITO pela Escola de Engenharia da UFMG. Tive a satisfação de estar presente à cerimônia, em companhia do Prof. Carlos Bottrel Coutinho, também Emérito.

Conheci o Toninho no Curso Pré-Vestibular José da Silva Brandão, que era conduzido na EEUFMG por um grupo de professores da Instituição. Eu tinha feito o científico à noite, no Colégio Anchieta, e precisava realmente daquele reforço par sanar  lacunas. Toninho cursava o 3o. científico do Colégio Estadual, na época o melhor colégio de Belo Horizonte, só para mentes privilegiadas e que dispunham de tempo e condições de preparação para passar nas provas de admissão naquele colégio. Ele frequentava as aulas, fazendo comentários isto eu já vi, já estou mais avançado nessa matéria, entre outros. Entendo que era só para ver o que estava acontecendo e ver o jeitão dos professores, sua preferências, pois vários deles contribuíam para a elaboração das provas do vestibular da Escola. Pelo domínio que tinha da matéria, em várias oportunidades saia mais cedo para assistir a jogos do Galo. Fizemos o vestibular no início de 1964 e fomos aprovados , com o objetivo de cursar Engenharia Metalúrgica.

Formamos em Metalurgia. Durante o curso, tivemos um convivência muito produtiva e agradável. Jogamos muitas partidas de futebol de salão pelo time TUBO DE ENSAIO, criado por nós junto com colegas da Engenharia Química. Após a formatura,Toninho  foi logo contratado como  auxiliar de ensino . Eu também o fui, depois do  doutorado na Noruega. Ele fez mestrado na própria  Instituição e depois doutorado no Canadá. Ambos percorremos a carreira de professor e nos aposentamos como Professor Titular. Ele, depois de se aposentar no Depto.de Enga. de Minas, fez outro concurso para o Depto. de Enga. Metalúrgica, e se aposentou novamente como professor associado.

Toninho teve um produção fantástica. Além do ensino nos níveis de graduação e pós-graduação e extensão, orientou 86   dissertações de mestrado e 31 teses  de doutorado.  Além da UFMG orientou também na USP, UFRJ e UFOP. Incrível, se não fosse verdade. Com isso, foi responsável por grandes avanços na área de tratamento de minérios, projetando o nome da UFMG nacional e internacionalmente. Lembro-me que, quando fui Diretor da Escola de Engenharia, tivemos em mente desenvolver rapidamente o Depto. de Engenharia de Minas. Um dos expedientes foi transferir o Toninho e o saudoso Prof. Elcio Marques Coelho, da Metalurgia para aquele Departamento. Foi uma decisão acertada, pois fizeram um trabalho invejável.

De fato, a concessão do título foi mais que merecida. Como colega e amigo do Toninho Peres fico muito feliz com a grande distinção que foi conferida a ele. É um orgulho para a UFMG tê-lo emseus quadros. Eu bem que me esforcei para produzir algo significativo na minha passagem pela EEUFMG,  que talvez viesse a ter alguma densidade para também receber o título. Nem de longe. Comparativamente, Toninho é hors concours.