CAMÕES escreveu o soneto abaixo após perder a sua amada, Dinamene. Isso aconteceu num naufrágio na costado Camboja. Consta que Camões conseguiu salvar a sua obra Os Lusíadas, nadando com apenas um braço, enquanto mantinha o outro elevado para não molhar. Priorizou o livro! Será que foi assim? A amada não foi salva. Depois caiu em si e a tristeza( e desespero!) o invadiu.

A primeira vez que ouvi o soneto ( nas aulas de Literatura há bem tempo) fiquei tocado. Devia verdadeiramente amar a sua companheira. Sinta o clima…..

 

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;

Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luís Vaz De Camões