Se um ET chegar a Brasília, deve ficar perplexo ao se dar conta de tantos episódios fora do normal. Observa os 3 poderes e fica paralisado. Vejamos:

Executivo: um ex-presidente está lascado de tantas denúncias, segundo o próprio. Se fosse 1 ou 2 poderia restar alguma dúvida, mas 7 ou 8 indicam que  a coisa é séria. Já foi condenado em uma delas.  Onde há fumaça, há fogo. Porém, ele nega categoricamente, dizendo-se a pessoa mais honesta mundo. Igual a ele só Jesus Cristo. É o fim da picada. O atual presidente e ministros mais próximos estão enredados em denúncias, mas negam peremptoriamente. Gravações, evidências, tudo armação. Em Brasília, não se trabalha: a turma passa o tempo em ilações( termo bastante repetido), maquinando versões fantasiosas sobre honestos cidadãos(???) que cuidam da coisa pública.

Legislativo: deveria ser um grupo pensante, dedicado a produzir  leis e  aprovar melhores caminhos para o País. Há comissões técnicas encarregadas de encontrar as melhores soluções para assuntos cruciais de interesse do povo. Há desafios enormes como  reformas da previdência, tributária, política. E a fiscalização do Executivo?  No entanto, a produtividade é baixíssima. Quando se analisa um ano legislativo, vê-se um resultado pífio. Os parlamentares  são especializados  na defesa dos próprios interesses,  do grupo( espírito de corpo), na manutenção dos mandatos, do toma lá-dá-cá. Denúncias grassam, com muita gente envolvida. Tudo negado! A convivência, sem qualquer pudor,  entre acusados e não acusados é perfeita.  O parecer recente do deputado Andrada, sobre as denúncias feitas ao presidente da República, é de matar de vergonha qualquer parlamentar decente. Dá uma ideia da seriedade daquele poder. O que estaria pensando o seu parente distante, José Bonifácio de Andrada, o Patriarca da Independência?

Judiciário: tudo indica que o recente movimento de combate à corrupção não vai dar em nada. Tudo vai continuar como antes da Lava-Jato. Quantos parlamentares já foram julgados e condenados pelo STF? As denúncias lá chegam e empacam. O foro privilegiando, este mal brasileiro, vai durar ad aeternum. Um dos ministros pediu vistas, assentou-se em cima do Processo e assim pode ficar indefinidamente. Há um ministro especializado em soltar presos sobre os quais pesam denúncias graves. O tal Estado Democrático de Direito é a senha para um monte de coisas, é válvula de escape para quem quer divergir inclusive da opinião pública. A decisão recente do STF é impressionante. Concede a parlamentares um proteção contra as decisões do próprio Supremo. Com o espírito de corpo do  Legislativo, alguma decisão do STF vai ser avalizada?

O visitante certamente vai ficar abismado. Que País estranho, que tempos estranhos estão vivendo!