Autor: José Martins de Godoy

Aumentar a produtividade é preciso

Para sermos competitivos é necessário aumentar a produtividade, ou seja, fazer mais com o mesmo ou com menos.  Em empresas que fizeram um bom “para casa” no passado, há oportunidades em torno de 20%: é preciso  reduzir  custos, combater  desperdícios e falhas e proceder a atualizações tecnológicas. Devido a fusões, aquisições e aposentadorias, houve perdas de pessoas capacitadas  na área de gestão. Pessoal treinado na década de 90 não está sendo reposto; não tem havido a mesma atitude  daquele período. Todavia,  entraves maiores estão fora das organizações, tais como logística precária, burocracia, falta de planejamento e gastança do governo, mobilidade urbana, corrupção, carga tributária,  justiça morosa, entre outros. Empreender no País é uma tarefa que requer idealismo e determinação, pois o Brasil não é  amigável para esta atividade. Em determinados países, as pessoas são bem-vindas, ajudadas, festejadas por tais iniciativas. Afinal, se propõem a criar empregos e movimentar a economia. Tributa-se o lucro. Aqui, ao contrário, depara-se com forte burocracia para colocar  uma empresa em funcionamento. No primeiro faturamento, já  há tributação. Em determinados segmentos, o empresário é mal visto e considerado com explorador de recursos naturais e humanos. Quem não sofreu ainda algum tipo de fiscalização? Depois de muita truculência, verifica-se que tudo está  correto, mas os constrangimentos ficam. Imaginem, se houvesse irregularidades! Normalmente, gastam muito tempo, dias, meses, fiscalizando quem conduz as coisas de forma transparente. Deveriam...

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A arte de engambelar as pessoas

Para ocupar cargos públicos, deveria ser um imperativo conhecer conceitos básicos de gestão. E isto pode ser facilmente conseguido com um treinamento de 24 h.aula. A falta de tais conhecimentos acarreta equívocos imperdoáveis. Há pessoas que não sabem sequer o que é um problema. Como “gerenciar é também resolver problemas”, a maioria dos dirigentes nunca vai desempenhar bem as funções. Define-se problema como o mau resultado de um trabalho. Exemplo, os resultados nas áreas de educação e saúde são péssimos. Todavia, se forem feitas perguntas a respeito de  problemas da área da saúde a atuais dirigentes, vão prontamente responder que é falta de médicos. Ora, o resultado que se espera da área é um bom atendimento, eficácia nos tratamentos, entre outros. Ter muitos médicos não é o objetivo fim da área. Médicos podem ser causa de maus resultados, assim como vários outros fatores.  Logo, gerenciar é identificar problemas, fazer detida análise das causas (são muitas!) que acarretam os maus resultados, hierarquizar as causas (felizmente, o Princípio de Pareto ensina que  poucos são vitais e muitos triviais),  construir um plano de ação e atacar de foram sistemática e persistente as causas importantes. Já vi a atuação de médicos em comunidades carentes. Enviados por uma empresa estatal, visitavam uma vez por mês acampamentos de trabalhadores.  Não havia recursos  para fazer diagnósticos.  O jeito era prescrever algo que pudesse fazer bem, sem...

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O tempo passou…

Aprovada a MP dos Portos; abertas licitações para  obras  da BR 381(trecho  BH-GV); autorizada a ampliação do Aeroporto de Confins.   A BR 381 resistiu durante 40 anos, ocasionando enormes prejuízos ao País e perdas irreparáveis de vidas.  Confins  causa transtornos e prejuízos aos usuários.  O escoamento da safra foi uma tragédia. Estradas(???) em péssimas condições  e, para piorar, formaram-se filas quilométricas de caminhões nas proximidades dos portos, causando aumento de custo dos produtos. As ações anunciadas fariam parte de um processo rotineiro, em um planejamento robusto que apontasse   prioridades. Esses processos  e outras obras  devem arrastar-se por muito tempo para conclusão, tal a  defasagem em infraestrutura. Deveriam ter sido iniciadas há 10 anos, pelo menos. Vivemos o caos, produto do improviso e  da falta de investimento  no período de bonança, proporcionado pela exportação de commodities a preços elevados. Entre nós, rotulam-se pessoas facilmente. A presidente  é rotulada como “gerentona” . Se o fosse, teria um plano, um conjunto de projetos  prioritários, pelo menos, para os quais estabeleceria metas? Gerenciar é atingir metas. Quais metas? Dizem que é centralizadora,  que quer conhecer os projetos que vão surgindo do atual improviso e nada é feito sem  sua aprovação. O gerente não tem que conhecer  detalhes técnicos. Basta saber o mérito e objetivo dos  projetos,  quais as metas a serem atingidas e cobrar a execução obsessivamente.  Rituais de gestão e  tecnologia de...

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Gestão na Área Pública

A área pública precisa de uma boa gestão, de racionalizações e cortes, de drástica diminuição do seu custeio. O tamanho do Estado é gigantesco, sendo o gasto para mantê-lo é absurdamente elevado.  A arrecadação de tributos bate recordes a cada ano; ainda assim, é insuficiente, haja vista o endividamento do País, que já atinge mais de 2 trilhões de reais. Para piorar a situação, os  serviços para a população, como educação, saúde, transporte, segurança, são de péssima qualidade. Então, uma gestão voltada para melhoria de resultados deveria ser permanente, conduzida de forma obcecada, persistente, sem interrupção devido a troca de mandatos e nuanças políticas, principalmente. Algumas iniciativas já foram feitas na área federal, em governos estaduais e municipais , no legislativo e judiciário.  As iniciativas produziram resultados, mas em todos os casos não houve continuidade. Trabalhamos em Estados em que a situação era caótica, com gastos irracionais, arrecadação precária, déficit fiscal elevadíssimo e insustentável. Em pouco tempo, a contribuição da gestão para melhoria de resultados juntamente com outras medidas do governo deram uma arrumada na casa. Como consequência, houve  equilíbrio fiscal.  Normalmente, dever-se-ia pensar  em aprofundar a análise dos fatores intervenientes, treinar vários escalões para  aprender a estabelecer metas e atingi-las, promover a reestruturação de processos,  incorporar e utilizar ferramentas mais poderosas. Enfim, a estratégia de melhoria contínua seria permanente. No entanto, a tática é dar-se por satisfeito com...

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Coisas que só acontecem no Brasil

Em meados de 1995, participei em Brasília, no MIC-Ministério da Indústria e Comércio, de reuniões com seus dirigentes( Ministro e Secretário Executivo) sobre programas e ações para melhorar a qualidade e produtividade no País. Nessas reuniões tomei conhecimento  do propósito de se instalar o Instituto Brasil-Japão de Qualidade e Produtividade, no âmbito da cooperação entre os dois países. O Brasil teria que colocar considerável  contrapartida, mas o Japão aportaria recursos extremamente importantes, ou seja, conhecimentos por meio da vinda de cerca de 20 especialistas japoneses por alguns anos, além de recursos financeiros. Interessei-me vivamente pelo assunto e saí a campo para demonstrar que tínhamos todas condições de sermos esse Instituto.  Ora, inicialmente financiados pelo próprio Governo Federal e depois com recursos próprios, já tínhamos uma longa trajetória no assunto. Por meio da Fundação Christiano Ottoni/EEUFMG já produzíramos  material didático importante para a área, havíamos treinados cerca de 200 mil executivos brasileiros,  estávamos prestando assistência técnica a grandes empresas do País, como Petrobras, Vale, Cosipa, Belgo Mineira, Cosipa, Brahma, Gerdau, entre muitas outras. Na época, já contávamos com cerca de 100 consultores, além de técnicos de empresas estatais parceiras, principalmente do setor siderúrgico, que reforçavam nossa equipe nos momentos de grande demanda.  Tínhamos a experiência de que, para absorver conhecimentos, era necessário ter equipes preparadas para dialogar com quem domina tais conhecimentos. Esta experiência fora adquirida no próprio Departamento de...

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