Autor: José Martins de Godoy

Inocentes, não sabem de nada

Os fatores críticos de sucesso de uma organização são representados nos vértices de um triângulo equilátero, como sendo liderança, conhecimento técnico do negócio e conhecimentos de gestão. A ideia de triângulo visa a demonstrar que os fatores são igualmente importantes, tendo o mesmo peso. De fato, se faltar um deles, a organização certamente não cumprirá seus objetivos. Julgo que a liderança é preponderante, pois o papel de líder é crucial para uma organização. Nossa experiência na implementação de um sistema de gestão em grande número de empresas revela que, sem forte liderança, não se consegue muito progresso. Subalternos resistem a mudanças. Repito, sem liderança pouco acontece. Em muitos casos, deixamos de fazer a consultoria onde não havia liderança inconteste. A condução de projetos nessas circunstâncias seria aceitar, de saída, o fracasso na missão, o que acarretaria desgaste para a nossa empresa. A nossa escola de gestão foi inicialmente a japonesa, em que a noção de responsabilidade e o exercício da liderança são fundamentais para a condução apropriada de uma organização. Os dirigentes assumem obrigações de responder pelas suas ações e as dos outros membros das companhias. Se o resultado é ruim, o presidente se demite. Não busca culpados, é dele o ônus do fracasso. Se acontece um grave acidente, por exemplo, o presidente considera-se responsável pelo fato. Já houve até caso extremo de a pessoa suicidar-se. É incumbência do...

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Propostas genéricas e imprecisas

Como será o progresso nos países desenvolvidos daqui a 10 anos, nas áreas de telecomunicações, saúde, por exemplo? Acho que haverá avanços extraordinários. Enquanto isto, estaremos ainda patinando nos temas de educação, saúde, mobilidade urbana, segurança, labutando contra o baixo IDH (79º no mundo), entre outros. Haja vista as propostas genéricas, irreais, imprecisas dos candidatos a presidente da República. Ouviram o galo cantar e não querem saber onde. A melhor maneira de resolver problemas (maus resultados) é conhecê-los em profundidade, determinar os fatores que os ocasionam (causas) e propor um plano de ação para atacá-los. De fato, isso está longe de acontecer, pois sequer conseguem identificar os projetos cruciais capazes de fazer com que o país venha dar um salto de qualidade em indicadores nos quais é deficiente. Além disso, é preciso pensar nos desafios dos próximos anos. De início, para crescer são necessárias reformas. O cipoal tributário precisa ser revisto. Além da carga elevada, grandes empresas despendem somas vultosas para manter equipes dedicadas ao estudo do sistema e suas constantes mudanças. As pequenas, por não disporem de tais equipes, deixam de cumprir obrigações impostas e ficam inadimplentes. A CLT é a principal forma de relacionamento capital-trabalho. Gera distorções, o que acarreta grande número de processos em julgamento (cerca de 8 milhões). A Justiça do Trabalho é paternalista e o empreendedor é visto como vilão, na maioria das vezes....

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Afinal, houve a Copa da Fifa

Para amenizar a ameaça de não vai ter Copa, uma rede de televisão (que muito investira para ter os direitos de transmissão) divulgou uma série de reportagens sobre os convocados, entre outras iniciativas. Vindos de classes pobres, com dificuldades quase insanáveis, foram apresentados, em minúcias, como super-heróis. O grande objetivo era motivar-nos a apoiá-los. Ora, a maioria dos brasileiros passa por isso. Se analisarmos a vida de muitas pessoas, veremos que enfrentam condições adversas e também vencem. Ajudam a desenvolver o país, em vários campos, porém não são milionários e endeusados pela mídia. Sobre o fracasso dos brasileiros quase tudo já foi dito. Reafirmo que o resultado foi merecido, por conta (novo modismo da nossa língua) dos preparativos. Jogando em casa, com tantos heróis, o hexa era tido como favas contadas. Assim, dedicaram tempo demasiado para entrevistas, pintar cabelos e posar para comerciais. Só faltou tempo para treinar, traçar estratégias, ensaiar jogadas, estudar os adversários etc. Os poucos treinos foram feitos com presença de público, a ponto de o treinador pedir silêncio em um dos últimos para poder transmitir instruções, se é que as havia. Era o oba, oba, generalizado! Glórias passadas, camisa e entusiasmo não ganham jogo. As seleções candidatas ao título se isolaram, treinaram para valer, analisaram adversários. A seleção alemã dispunha de software, desenvolvido por empresa de ponta, capaz de analisar o desempenho dos jogadores oponentes,...

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Não ao desperdício, mais uma vez

Abomino a maciça propaganda dos governos federal, estadual e municipal. Pelo volume e abrangência, depreende-se que são gastas vultosas somas. Também o Legislativo, Assembleia Estadual e Câmara Municipal, aderiram à mesma prática. Considero isso um grande desperdício, pois há destinações mais nobres para as verbas, principalmente na educação, saúde e segurança. Os governantes deveriam entender que as pessoas saberiam reconhecer os feitos e dariam os devidos créditos a quem, de fato, fizesse boas administrações e realizasse obras necessárias, seguras e sem superfaturamento. Por exemplo, o governo que duplicar e tornar mais segura a BR-381, de Belo Horizonte a Governador Valadares, certamente ficará na história. Merecerá um busto no ponto em que ocorre a maioria dos acidentes. Não é aceitável esta propaganda avassaladora, na maioria lastreada em inverdades. A minha repulsa é tanta que, na mídia escrita, não tomo conhecimento do conteúdo e passo as páginas sem dar a mínima atenção. Na TV, vejo noticiários, em geral. Nos horários nobres, a propaganda é mais intensa e, é claro, deve ter custo mais elevado. Naqueles minutos, mudo de canal, em protesto, e só retorno depois de transcorrido o tempo dos anúncios. Também, abomino as chamadas de novelas durante os noticiários. Essas novelas são uma praga brasileira, um grande desperdício de tempo da população, que poderia usar muitas horas do dia em atividades mais edificantes e prazerosas, como leitura, reflexões, orações, convivência...

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ERROS CRASSOS DE PORTUGUÊS (II)

Em continuação ao artigo anterior, resgato mais alguns erros crassos. Uma consultora diz: estou meia cansada. Este é manjado demais, mas acontece; outra sentencia: não é que eu seje ou esteje desanimada, mas a condução do projeto está difícil. Difícil mesmo é aceitar tal aberração; um repórter anuncia: fazem 50 anos que a revolução aconteceu. Ora, o verbo fazer, na contagem de tempo, só se conjuga da 3a pessoa do singular. Então, faz 50 anos; outro informa: houve uma vítima fatal. Fatal mata, vítima morre; se você ver o Manoel, diga-lhe que tenho um trabalho para ele. Não, o futuro do subjuntivo de ver é vir; prefiro mais isto que aquilo. Nem pensar, prefiro isto a aquilo; temos quatro alternativas. Negativo, temos quatro opções. Alternativa é  uma coisa  ou outra. E, nessa toada,  erros se sucedem. Para a seleção de consultores, o Prof. Carlos Bottrel Coutinho e eu preparávamos provas para avaliar se  erros mais comuns eram percebidos. Para nossa surpresa, muitos deles passavam batidos, o que atestava a má preparação dos candidatos.  Para evitar que  escapassem alguns houveram, seje ou esteje no trabalho,  decidimos redigir um manual contendo alguns dos  erros  mais absurdos. Além de entregar o manual, eram feitas reuniões para discuti-lo. Prof. Bottrel foi o nosso revisor oficial na produção de livros textos das três editoras vinculadas, ao longo do tempo, às organizações FCO/UFMG, FDG e...

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