Como será o progresso nos países desenvolvidos daqui a 10 anos, nas áreas de telecomunicações, saúde, por exemplo? Acho que haverá avanços extraordinários. Enquanto isto, estaremos ainda patinando nos temas de educação, saúde, mobilidade urbana, segurança, labutando contra o baixo IDH (79º no mundo), entre outros. Haja vista as propostas genéricas, irreais, imprecisas dos candidatos a presidente da República. Ouviram o galo cantar e não querem saber onde. A melhor maneira de resolver problemas (maus resultados) é conhecê-los em profundidade, determinar os fatores que os ocasionam (causas) e propor um plano de ação para atacá-los. De fato, isso está longe de acontecer, pois sequer conseguem identificar os projetos cruciais capazes de fazer com que o país venha dar um salto de qualidade em indicadores nos quais é deficiente. Além disso, é preciso pensar nos desafios dos próximos anos.

De início, para crescer são necessárias reformas. O cipoal tributário precisa ser revisto. Além da carga elevada, grandes empresas despendem somas vultosas para manter equipes dedicadas ao estudo do sistema e suas constantes mudanças. As pequenas, por não disporem de tais equipes, deixam de cumprir obrigações impostas e ficam inadimplentes. A CLT é a principal forma de relacionamento capital-trabalho. Gera distorções, o que acarreta grande número de processos em julgamento (cerca de 8 milhões). A Justiça do Trabalho é paternalista e o empreendedor é visto como vilão, na maioria das vezes. Esse, porém, tem que pagar as contas no fim do mês e ainda se defender em causas trabalhistas, muitas delas acatadas, apesar de maculadas por inverdades. É um atraso para o país. A melhoria da infraestrutura precisa ser trabalhada com afinco. A corrupção endêmica deve ser combatida com todo rigor. Para isso, muito ajudaria a reforma política. A burocracia no país é insuportável. Temos um dos congressos mais caros do mundo. É claro, melhor com ele. Mas, pelo amor de Deus, esse pessoal nada produz. É incapaz de enfrentar os desafios, por incompetência e corporativismo. Esforços em reformas poderiam fomentar o aumento da produtividade e o crescimento, fatores indispensáveis para a melhoria das condições de vida da nação. Que os poderes da República trabalhem para isso! Voltando aos candidatos e suas ideias. Na área da educação, Dilma diz que já levou o tempo integral para 56 mil escolas (supostamente todas as públicas). Marina diz que vai levá-lo a todas as escolas. Pensam o tempo integral como a panaceia para sanar todos os males do sistema. Há escolas que já têm o tempo integral, mas os resultados em nada diferem das que adotam a meia jornada. Sem professores bem formados e remunerados dignamente, sem projeto pedagógico consistente, sem infraestrutura e meios adequados, o único mérito do tempo integral é tirar jovens das áreas de risco. Aécio diz que o ensino público de Minas é o melhor do país. Só é verdade até a 5ª série. Além disso, no geral, o povo não está entendendo o que ele propõe. A propósito: no último Ideb/2013, 16 estados recuaram; o governo, em todos os níveis, nada tem a comemorar.

O Rio de Janeiro era o penúltimo estado no Ideb. Com a implementação da Gestão Integrada da Escola (Gide), saltou para o 15º , em 2011, e agora, no recente Ideb, ocupa o 3º lugar, no ensino médio. Eu garanti ao governador Sérgio Cabral e ao secretário da Educação, Wilson Risolia, que atingiriam o topo no final do atual mandato, se perseverassem. É evidente que o primeiro lugar no Brasil não significa muito, haja vista a nossa posição no teste do Pisa ( 58º lugar, em matemática). A posição que preconizei seria disparada à frente dos outros estados. Infelizmente, não mantiveram a nossa consultoria, mas continuaram a aplicar os conhecimentos adquiridos no primeiro ano. Isso foi suficiente para o avanço acima destacado. Estados como Ceará e Pernambuco que também tiveram nossa consultoria são os melhores do Nordeste. As escolas adotadas e assistidas pela FDG apresentam resultados excepcionais: encontram-se Idebs 7,9; 7,4; 6,5; todos superiores às metas propostas pelo MEC para 2021. Ver site www.fdg.org.br. A gestão para melhoria de resultados funciona, não sendo necessário reinventar a roda.