Uma consultoria internacional, apoiada por especialistas e empresários, estabeleceu metas para o Brasil/2030. Na educação, o desafio é retornar aos indicadores de 2000, no teste do Pisa, ocupando a 30ªposição; hoje, os indicadores leitura, matemática e ciências estão na incrível faixa de 60-70º. A meta é dificíl de ser atingida pela não priorização da educação no país. Não será por meio de iniciativas como as da FDG, de procurar governadores e prefeitos para convencê-los de que a educação é a alavanca para o desenvolvimento social e econômico do país. Nem todos têm o descortino do governador de Minas e prefeitos como os de Nova Lima, de Congonhas e dos municípios apoiados pela AngloAmerican.

Temos contatado muitos prefeitos e lhes falta sensibilidade para o assunto. Quando muito, estão preocupados em reformas de instalações físicas, entre outras, pois já foi provado que isso não produz melhoria do desempenho dos alunos. Sem aplicação de gestão, o ensino-aprendizagem é fracasso na certa.

Há também no país a cultura do diagnóstico. Conheço um exemplo de uma capital que pagou caro por demorado diagnóstico da área educacional a uma empresa de consultoria. É algo que conseguimos fazer em dois dias, consultando os dados existentes. Gasta-se muito tempo nesses estudos e a energia e recursos para o ataque aos reais e óbvios problemas já foram consumidos. Por que não partir logo para ação? O óbvio deve ser feito, há tecnologia e conhecimentos para o ataque às causas que impedem a obtenção de melhores resultados.

Não adianta visitar a Finlândia e a Coreia do Sul na esperança de descobrir algo revolucionário capaz de melhorar resultados da educação, num estalar de dedos. Voltam frustrados! Na Coreia houve um pacto governo-empresas-sociedade, considerando a educação como fundamental para desenvolver o país. Atacaram-se as mesmas causas que nos impedem de obter os resultados de que necessitamos. Precisamos do mesmo pacto no Brasil, mas quem irá liderá-lo? Entrementes, trabalhamos para melhorar os resultados e fazemos intensa pregação em prol da educação.

Artigo publicado na revista Viver Brasil – edição 256