Vai ser doloroso esperar o término deste governo, num clima tão lastimável. Com denúncias atrás de denúncias, o governo Temer agoniza, batendo recordes de impopularidade. A fragilidade ficou demonstrada na paralisação dos caminhoneiros: a lerdeza na  tomadas de ações ficou patente, seja por falta de credibilidade do Presidente, seja por desarticulação e omissão dos ministros mais afins ao problema. Teve-se a impressão de  que foram apanhados de surpresa, numa situação bem antes apregoada. Os partidários do “quanto pior, melhor” entraram em cena e apostaram no caos para tentar provar que as coisas degeneraram, se comparadas com as vigentes no governo anterior. Houve quem conjecturasse que o próprio governo torcia pelo  caos total, o que até acarretaria  o adiamento das eleições. Julgo que a história deverá reconhecer algo positivo deste governo, como as reformas feitas, as quais trarão grandes benefícios ao País, v.g. a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização. Governos recentes não enfrentaram esses desafios.  Quem sabe, aproveitando esta elevada impopularidade, o Presidente Temer ainda consiga aprovar a Reforma da Previdência?  Seria louvável.

 

 

Os próximos meses vão arrastar-se até as eleições. Fazer o quê? É domar a ansiedade.

Apresentam-se vários candidatos à presidência, mas até agora nenhuma proposta de projeto para o País. Quem conseguir um mandato  certamente terá legitimidade para uma trégua de pelo menos seis meses, mas logo precisará demonstrar a que veio. Julgo que, se constituir a sua equipe  com pessoas competentes e ilibadas, será um primeiro alento. Ninguém aguenta mais pessoas sabidamente corruptas na administração pública, submetidas a denúncias com frequência. Pela situação crítica do Brasil, deverá o novo governo diminuir o tamanho do Estado, combater a gastança, acabar com os privilégios, como sinal positivo de  mudança de rumos. Além disso, deve continuar a redução da taxa de juros para possibilitar o crescimento econômico e rolagem da colossal dívida pública,  investir na infraestrutura de que o País tanto carece (será um motor para criação de empregos e renda), formular uma política industrial e aumentar o apoio ao agronegócio; também, priorizar áreas estratégicas, como educação, segurança e saúde, elegendo a educação  como  um programa de governo nos moldes da Finlândia e Coreia da Sul( não é preciso inventar a roda, pode copiar o que é ótimo). Certamente, colocará o Brasil nos trilhos. Do contrário, será mais do mesmo e não haverá esperança.

 

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 211