Ó meu Brasil, e agora?
Morei na Noruega durante três ano cursando o doutorado. Respondia a perguntas sobre futebol, carnaval, desigualdades sociais, pobreza, favelas e também sobre supostas matanças de índios. As perguntas eram quase censuras. Como entender um país de dimensões continentais, com tantos recursos e tantos problemas? Estaria em mãos erradas? Ao terminar o doutorado, ofereceram-me o pós-doutorado. Agradeci. Tudo aqui está pronto e no Brasil quase tudo está por fazer. Devia voltar e ajudar no que me coubesse. Iniciei na UFMG em 1972 com o firme propósito de contribuir para que a pós-graduação em metalurgia, recém-criada, alcançasse nível de excelência e, como consequência, acarretasse a melhoria da graduação. Nos anos seguintes houve o término do regime militar e redemocratização, sem avanços sociais muito significativos. Felizmente, foram feitos investimentos na área de energia (Itaipu, Tucuruí e outras), o que garantiu insumo básico para o futuro. A inflação foi sempre grande entrave para visões otimistas de futuro. O período FHC deu-nos novas perspectivas. Estabilização da moeda, lei de responsabilidade fiscal, metas de inflação, privatizações, universalização do ensino público, o Proer, entre outras medidas. Começamos a ter um País sério. Pela sua formação esmerada e postura de estadista, o Presidente representou-nos brilhantemente no exterior. Infelizmente, não foi feito planejamento, um robusto projeto de desenvolvimento para o país, cuja continuidade na condução fosse imperiosa ao sucessor. Os seis anos seguintes foram de abundância. Com cenário...
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