A Ministra mineira do STF apequenou-se e defendeu uma tese que fora antes combatida pelo Senador afetado pelo julgamento. O Tribunal ficou desmoralizado e essa decisão vai trazer consequências funestas nos futuros relacionamentos institucionais. Por essa e outras razões, decidi não mais assistir a noticiários pela TV, para não me inteirar dos detalhes sórdidos das práticas brasilienses. Para não ficar alienado, vejo, por alto, algumas manchetes em sites de notícias. E chega!

Para usar bem o tempo que ainda me sobra das minhas muitas atividades, tenho estudado a vida dos santos:  São Bento, São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola, São Francisco de Xavier, São João da Cruz, Santo Agostinho, São Padre Pio, São João Bosco, São Domingos Sávio, São João Maria Vianney, Santa Teresinha, Santa Teresa D’Ávila, Santa Teresa de Calcutá, entre outros. São vidas fascinantes, inspiradoras, que nos mostram formas extremadas de amor a Deus e ao próximo.

Todos nós somos chamados à santidade, de diversas formas e circunstâncias:  São Pio desde criança já se “relacionava” com Jesus; São Domingos Sávio ainda menino declarou que queria ser santo (adotou o lema: antes morrer do que pecar); Santa Teresinha compreendeu que, para ser santa, não precisava fazer coisas extraordinárias e, sim, coisas simples, com extremo amor a Cristo; São Bento desde criança manifestou um gosto especial pela oração. Levou uma vida de trabalho, recolhimento e oração, donde o lema dos Beneditinos “Ora et Labora”. Foi o estruturador da vida monástica. Conversões tardias também aconteceram:  Santo Agostinho até os 33 anos teve inúmeras experiências mundanas, foi professor de oratória, teve esposa e um filho, foi maniqueísta, conviveu com os donatistas. Nas Confissões declarou: “Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia …”; Santo Inácio de Loyola era um cidadão do tipo capa/espada, lutou na guerra contra a França e foi ferido. Por obra de Deus foi poupado, pois poderia ter sido executado. Na sua recuperação, leu um livro sobre a vida dos santos, o único disponível no local. Interessou-se pelo assunto e escutou o chamado dos céus. Entendeu que deveria se aperfeiçoar e dedicou longo tempo aos estudos. Nesse tempo e nos seus exercícios espirituais, junto com colegas (alguns se tornaram santos também) fundaram a Companhia de Jesus.

Julgo que, para ser santo, ações simples e honestas podem ajudar. Pelo lema “Ora et Labora”, compreendemos que não é necessário nos isolarmos do mundo para começar a viver a santidade.   É imperioso amar a Deus incondicionalmente e dar graças pelo dom e milagre da vida e por tudo que recebemos. Uma coisa é certa! Sem praticar a caridade ninguém chega lá.  Ipso facto, não estou perdendo tempo, envenenando a alma ao inteirar-me das mazelas que assolam a vida brasileira.

 

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL,EDIÇÃO 203