Erros crassos em português (I)
Assistia com interesse à exposição de um consultor do agronegócio, quando ele mencionou que certo fazendeiro interviu num processo (deveria ser interveio)…. Perdi o interesse e ele a credibilidade. Um político relatou: houveram muitas dificuldades para aprovar certa lei (como haver é impessoal, deveria ser houve). Certamente, não será reeleito. A professora Dad Squarisi recomenda: “Risque houveram do seu vocabulário, você nunca vai precisar dele”. Em conversa com uma pessoa, ela disse que minhas ideias iam de encontro às dela. Como estava de cara boa, parecia que concordava. Se, de fato, concordava, deveria ser ao encontro. Um palestrante, bem falante, disse “há muitos anos atrás”. Tirou-me a concentração. Excrecência redundante, como subir para cima ou descer pra baixo. Deve ser: há muitos anos ou muitos anos atrás. Advogados gostam de usar protocolizar. Segundo a citada Squarisi: “É filhote de cruz credo”. Prefira protocolar. Nessa linha, sucedem-se bastantes erros, facilmente reconhecidos por quem tem familiaridade com nosso idioma. Em determinados momentos, surgem modismos. Já foi a vez do a nível de. Está desaparecendo. O gerundismo já foi grande campeão, influência do inglês e telemarketing: vou estar telefonando, vou estar trabalhando são exemplos. Felizmente, está caindo em desuso. Agora, é enquanto. Dizem: eu, enquanto pessoa… O Brasil, enquanto nação independente…. Há poucos dias, num discurso de agradecimento por um prêmio, o agraciado usou inadequadamente enquanto 12 vezes. Deus me livre! Enquanto...
Leia mais