O dedo que faz a mágica

No Brasil, além do jeitinho, há o costume de se tentar conseguir as coisas sempre com o menor esforço. Em vez de aprenderem, algumas pessoas querem de imediato o ”dedo que faz a mágica”.  Vi este tipo de episódio acontecer várias vezes em minha trajetória.  Em 1993 o nosso movimento pela qualidade já era um grande sucesso. Tínhamos treinado cerca de 150 mil executivos. Empresários e políticos chegavam a fazer lobby para conseguir vagas nos nossos treinamentos. A disputa era tão acirrada que o tamanho ideal de uma turma era de 80 pessoas, mas tive que de aceitar até 135 participantes por turma. De fato, não era o ideal, mas considerei que era estratégico fazer isso pensando nos benefícios para o País.   Também, a assistência técnica  a empresas para implementação do método de gestão já era uma realidade. Àquela altura, devido ao vulto que alcançamos,  muita gente queria saber o segredo do nosso sucesso. Muitos pensaram que a chave de tudo era a nossa parceria com a JUSE-União Japonesa de Cientistas e Engenheiros. Executivos de organizações nacionais que pretendiam copiar a nossa atuação  lançaram-se à empreitada de buscar a mesma parceria que tínhamos com os japoneses. Uma importante organização do Rio Grande do Sul convidou o Sr. Junji Noguchi, diretor executivo da JUSE, para ser um dos palestrantes no congresso anual que promovia. Seria um bom momento para cooptá-lo. Outra organização paulista, usando influência política, buscou...

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Cidadão Honorário de BH

Fernando Sabino, na crônica Minas Enigma,  descreve o mineiro:  “Se sou mineiro? Bem, é conforme, dona. (Sei lá por que está perguntando?) Sou Belzonte,  uai….” e nesse tom continua.  Pela sua grande extensão territorial, pensam em dividir Minas, criando os Estados do Triângulo e de Minas do Norte.  Se morasse no triângulo, p.ex.,  não abriria mão de ser mineiro e lutaria por isso. Toda vez que viajo, sinto uma satisfação enorme ao desembarcar em Confins e ver a Serra do Curral. Em suma, só sei ser mineiro e isto é motivo de indescritível orgulho. Recentemente, o Vereador Paulo César Pablito, num gesto de generosidade,  apresentou-me  à Câmara dos Vereadores e concedeu-me o título de Cidadão Honorário de Belo Horizonte.  Fiquei extremamente honrado!  Os requisitos são exigentes, sobretudo os de ter uma vida honrada, dedicada à cidade, e realizações importantes para Minas e o País. Para entender a importância do título, basta dizer que até então apenas 1624 pessoas o haviam recebido, sendo o primeiro agraciado Juscelino Kubistcheck, em 1957. No último  28 de maio, deu-se a entrega do Titulo, na presença de muitas autoridades, empresários,  familiares, amigos, ex-companheiros de trabalho da UFMG e de outras organizações de que participei. Nasci em uma fazenda perto  de Sá Carvalho e fui registrado em Marliéria, MG, berço de grande parte da família Godoy.  Como a fazenda foi demolida, eu brincava que era...

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Medo do racionamento

O atual governo, titubeante, tergiversa  e não toma  as decisões necessárias. Estamos à beira de um colapso na área de energia. Não choveu o suficiente e, de acordo com  previsões, vai chover pouco neste resto de semestre. A caixa d’água do Brasil, Minas Gerais, está vazia. Lendo a coluna da Profa. Dad Squarisi, Dicas de Português, o que faço duas vezes por semana, encontro o seguinte: “Bem Escasso. O maior calo do Brasil? É a reprise de velho drama de tempos idos e vividos: de dia falta água, de noite falta luz. Brasília, Rio, São Paulo & cia. menos visível acordam com as torneiras secas e dormem à luz de velas. Mas o governo faz de conta que nada está acontecendo. Nega-se a pronunciar a palavra racionamento. Bobeira, não? Racionar pertence a família prá lá de humana. É irmão de raciocinar, racional, arrazoar, arrazoado. São todos filhos do mesmo substantivo razão. Suas Excelências se apegam a outro membro do clã. Qual? Ele mesmo- irracional”. Em 2001, houve a mesma ameaça. Mas o País era dirigido pelo estadista Fernando Henrique Cardoso, pessoa de outra estirpe e grande descortino, que soube tomar decisões. Antecipando-se à grave crise, instituiu a “Câmara de Gestão da Crise de Energia” e convidou especialistas e pessoas responsáveis pelo  assunto para fazer parte dela.  A FDG-Fundação de Desenvolvimento Gerencial, que à época ainda executava serviços de consultoria(hoje...

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É para frente que se olha

Meu irmão Geraldo disse que me telefonou várias vezes há dias. Depois, mostrei a ele que não havia qualquer registro. Um amigo me chamou no fixo para dizer que meu celular não o atendia. Conferi e nada registrado. No cotidiano, quedas de ligações, sons ininteligíveis e informações de que o telefone chamado não existe ou está fora de área são comuns.  Tanto as pessoas chamadas como eu não estamos em alguma casamata, sem serviço. A telefonia celular está em colapso, como muitas outras coisas no País. Já fiz  portabilidades. A primeira operadora  não cobria a nossa fazenda perto de Frei Inocêncio, MG, e lá eu ficava isolado. Troquei para a segunda. Devido a custo elevado, migrei para a terceira. As falhas apontadas persistem. Apesar de tudo, eu deveria ficar feliz, em vista do que vou narrar. Quando meus irmãos e irmãs e eu viemos estudar, ficávamos  exilados em BH. A fazenda do meu pai está localizada a incríveis 276 km, em Pedra Corrida, próxima a Gov. Valadares, mas a comunicação era dificílima. Primeiro, é preciso mencionar a aventura que era a viagem de trem de 13 horas, com baldeação em Nova Era. Agora, a viagem de trem já dura “apenas”   8 horas. A rodovia já é asfaltada, mas não tenho coragem de enfrentá-la, pois se trata da  BR 381, a rodovia da morte. O melhor  é fazer a viagem...

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