Nos últimos anos, foi lastimável a atuação dos governantes com relação a áreas em que o Estado tem a responsabilidade de prover serviços de boa qualidade, como educação, saúde, segurança. Acaba de sair o resultado do PISA/2018, mostrando que o País está estagnado na educação na 57ª posição entre 77 países. Na área de saúde, é comum observarem-se longas filas para atendimentos hospitalares, meses de espera para se conseguir uma consulta no SUS, pacientes em macas em corredores de hospitais. Uma tragédia, num País com uma das cargas tributárias mais elevadas. Todos sabem quais são os drenos dos recursos, resultado de um Estado gigantesco que, além de tudo, acomoda privilégios de várias naturezas, haja vista o custo dos três poderes. E há resistências a todo de tipo de racionalização, como a iniciativa recente de reduzir o número dos pequenos municípios. Resultaria em menos prefeitos, vice-prefeitos, câmaras, etc.,  uma baita economia. Políticos oportunistas já se posicionam contra a medida, como forma de garantir os possíveis votos dos habitantes desses locais. 

Recentemente, tive uma emergência quando estava na fazenda da família em Frei Inocêncio, MG. Um familiar necessitou de atendimento de extrema urgência. Graças a Deus, foi possível acorrer ao Hospital São Geraldo, hoje bastante modesto, com condições mínimas para se trabalhar. Consta que já foi um hospital de referência na região. Com o “zelo” que governantes têm dedicado à área de saúde ultimamente, está o Hospital a merecer aporte de recursos e equipamentos. Em compensação, encontramos profissionais devotados, capacitados, zelosos, atenciosos, incluindo médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.  Uma dádiva dos céus. A eles a minha eterna gratidão.   Imediatamente, iniciaram o atendimento, recebendo o paciente medicação e cuidados, procedimento diferente  de grandes hospitais de BH que demoram a atender, mesmo em casos de urgência. Verifiquei que  são igualmente solícitos com  outros pacientes. Ao final do atendimento, perguntei sobre os custos. Não havia, era de graça. São cobertos pela Prefeitura. Quis fazer uma doação, até como uma forma de repor medicamentos consumidos, mas não tinha como de fazê-lo. Pretendo, quando lá voltar, doar materiais e medicamentos mais necessários no dia a dia.  Fico pensado: o que esses profissionais tão devotados não poderiam fazer na assistência à população se dispusessem de melhores recursos? Evitaria enviar, em muitos casos, pacientes para hospitais de Gov. Valadares, p.ex.  Ardentemente, desejo que os novos ares que sopram no Brasil eliminem as mazelas que afligem a Nação.

A SER PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 229