Empreender, atividade de risco

O governo FHC, conduzindo com firmeza projeto bem estruturado, deu uma arrumada na casa e estabilizou a moeda. Seguindo os mesmos fundamentos econômicos, Lula nadou de braçada e aproveitou o boom internacional que durou 6 anos, capitaneado pela China. Nunca se venderam tantas commodities a preços elevados, conseguindo-se um caixa significativo. Porém não aproveitou o período de bonança para trabalhar itens importantes, como a infraestrutura. Depois de 2008, as condições econômicas vêm degenerando. A nossa indústria tornou-se não competitiva, a produção está em queda e o desemprego bate às portas. Resta ao país a exportação de commodities, cujos preços estão muito baixos. A exportação de grãos é tarefa hercúlea, pois o escoamento da produção encontra sérios obstáculos devido a péssimas rodovias e portos deficientes. A presidente diz que, nos últimos 6 anos, fez-se o possível para garantir emprego e renda. Não creio que tenha esgotado as medidas, como a redução dos gastos do governo, por exemplo, principalmente no último ano, em que não se produziu superávit primário. Depois de um estelionato eleitoral, tem-se um país com corrupção endêmica, infraestrutura sofrível, burocracia sufocante, educação e saúde abaixo da crítica, falta de segurança (inclusive jurídica), criminalidade em alta. O sistema tributário brasileiro é um verdadeiro labirinto, o que leva as empresas a gastar significativas somas só para entendê-lo. Os tributos são elevados e incompatíveis com a qualidade dos serviços públicos prestados. Adicionalmente,...

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Tempo de Carnaval

O Carnaval é um excelente período para quem não gosta desse acontecimento. Em BH, existia relativa calmaria, quebrada agora por desfiles de blocos no centro da cidade, vindos de alguns bairros. Felizmente, no Belvedere, o silêncio e a quietude trouxeram paz à mente. Ruas vazias, poucos carros, menos pessoas a caminhar no calçadão da lagoa seca. Só saí de casa no domingo para ir à missa. Como vejo noticiários, foi impossível ignorar desfiles de escolas de samba, bombardeado por notícias desses eventos. Há muitos anos vi, pela televisão, desfile inteiro de uma escola para me inteirar do que se tratava. Hoje adoto o lema: quem viu um, viu todos. Às vezes, perguntam-me se eu assistiria presencialmente a um desfile. Resposta negativa. Existe aquela máxima de que quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé. Nem uma coisa, nem outra. Até que provem o contrário, a cabeça é boa e não há nada de errado com os pés. Joguei futebol durante muitos anos e hoje faço longas caminhadas. Nada de errado com o samba; não gosto da atmosfera permissiva que permeia o Carnaval. Todavia, é forçoso admitir que existe forte esquema de gestão nas escolas de samba. Deve haver objetivos bem definidos, planejamento perfeito, com metas, planos de ação, ferrenho acompanhamento da execução das ações, quesitos indispensáveis à obtenção dos resultados...

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Sinal dos tempos

Estão acontecendo coisas assombrosas. Desde a criação, o homem vem pisando na bola. A desobediência de Adão, a inveja de Caim são os primeiros eventos. Com o correr dos dias, a situação ficou fora de controle. O Criador fez uma correção: o dilúvio. Mais tarde, houve a destruição de Sodoma e Gomorra, tal a degeneração dessas cidades (alguma semelhança com os dias atuais?). Salvou-se Lot e sua família, exceto sua mulher que olhou para trás e foi transformada em estátua de sal. Não aceito a atitude de Abraão ao despedir Agar e seu filho Ismael. Entristeço-me ao pensar no episódio. Bem mais tarde, no retorno do Egito rumo à terra prometida, a tomada de Jericó foi um terrível massacre. Onde fica o mandamento: não matarás? O primeiro rei, Saul, não se houve bem. Suicidou. Imperdoável o que fez Davi a Urias, seu amigo. Salomão, que pediu a Deus sabedoria, no final, transformou-se em idólatra. Seus filhos dividiram o reino em Judá e Israel. Idolatrias e má gestão foram constantes em reinados subsequentes. Apesar das admoestações do profeta Jeremias, o rei Zedequias, fraco na fé e em suas escolhas, foi responsável pela escravidão na Babilônia. Ciro, rei persa, tomou mais tarde a Babilônia. A pedido do profeta Daniel, permitiu que o povo de Deus voltasse a Israel. Posteriormente, Israel foi conquistado e governado pelos romanos. Nessa altura, Deus fez um...

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Perdemos o bonde da história

Parece que está definido: a China é a principal fábrica do mundo. Os Estados Unidos são o supermercado: produzem conhecimentos, tecnologias, produtos de alta tecnologia embutida, compram de todos e vendem de tudo. Ao Brasil resta o papel de exportador de commodities, minérios e alimentos, mesmo assim com muita dificuldade. Eu que o diga: meu projeto de irrigação na fazenda encontra todo tipo de entraves, atraso na entrega de equipamentos e materiais, falta de pessoal especializado para montagens, burocracias, demora na ligação de energia. Vai atrasar quase 1 ano. Muitos empresários brasileiros transferiram fábricas para a China. Lá os produtos são fabricados, colocadas as marcas e etiquetas e vendidos aqui como se fossem produzidos localmente. Trata-se de ampla gama de produtos. Segundo estudo da Fiesp, a participação industrial no PIB brasileiro em 2004 foi de 19,3%; em 2012, caiu para 13,3%, e pode atingir 9,3%, em 2029, se imperarem as mesmas condições. Nossa indústria está derretendo, não mais tem mercado por não ser competitiva. Relata ainda o estudo que todos os países que conseguiram dobrar a renda per capita, no intervalo de 10 a 20 anos, tinham participação industrial de 20% a 30% no PIB. Logo, a melhoria de renda do nosso povo está comprometida. Precisamos de um choque de produção, em que tenhamos produtos em abundância e de boa qualidade. Parece que a política é produzir pouco e...

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